A possibilidade de multiplicar células foliculares vem sendo pesquisada há muitos anos, uma vez que isso representaria uma fonte ilimitada de novos cabelos para nossos pacientes. Diferentes métodos estão sendo avaliados, com diferentes termos (como replicação celular, regeneração ou clonagem folicular). Qualquer que seja o mecanismo de estimulação de novos folículos, tal descoberta marcaria um novo paradigma na cirurgia de restauração capilar, e certamente interessará a nós especialistas, uma vez que seríamos nós os profissionais a aplicar tal tecnologia.
Estas possibilidades aumentam quase que diariamente, diante das centenas de estudos sobre o potencial das células-tronco, como terapia regenerativa, nas mais variadas especialidades da medicina.
Entretanto, a notícia de que uma empresa japonesa está lançando uma nova tecnologia baseada em injeção de células-tronco nos parece ainda muito precipitada.
Como diz Dr. Carlos Eduardo Leão, membro da ABCRC: “O folículo piloso é um aparato anatômico complexo, formado por vasos, nervos, músculo e glândula. O crescimento no couro cabeludo obedece a angulações e direções variadas. Por estas razões, a simples injeção de células-tronco numa área calva jamais corresponderá ao crescimento de uma vasta e bela cabeleira.”
Por outro lado, uma pesquisa do Instituto de Biofísica Carlos Chagas da UFRJ, realizado em camundongos, com a participação do Dr. Luis Pimentel, outro membro da ABCRC, revela que existe a possibilidade de fazer crescer novos fios nestes animais transgênicos e imunossuprimidos. Mas, como é enfatizado, estamos ainda longe de alcançar uma aplicação em humanos, muito menos uma comercialização de produtos clinicamente seguros.
Como associação médica dedicada à restauração capilar, a ABCRC sente-se estimulada pelas pesquisas ora em curso, acompanhando a literatura médica. Mas recomendamos cautela àqueles que sofrem da calvície, uma vez que notícias em veículos leigos muitas vezes têm um viés comercial ainda não comprovado.
9 de julho, 2015
ABCRC / Diretoria de Comunicação
Fonte: ABCRC